Estamos em isolamento social e uma coisa tem que ficar muito clara: o seu principal inimigo é você mesmo.
O mundo que a gente vai viver depois do isolamento é completamente diferente do que estávamos vivendo. Agora, não adianta ficar discutindo se tem que ter ou não isolamento social, se deve ser vertical ou amplo, ou qualquer outra questão nesse sentido. Afinal, por que ficar discutindo se o governo fez alguma coisa ou outra?
É hora de encarar que vamos encontrar uma nova realidade. As empresas correram para se adaptar e produzir remotamente. Os empresários tiveram que se adaptar para sobreviver à crise e absorver um impacto significativo no faturamento.
E aqui eu não falo só dos grandes, mas principalmente dos pequenos e médios empreendedores que não têm educação e/ou fôlego financeiro para manter um fundo de reserva nessas situações.
A forma como a gente cria, desenvolve projetos, testa negócios, não é mais a mesma. Nesse sentido, há algum tempo já existe como oferecer uma agenda global para gerar novas vagas e, obviamente, proteger não só os empregadores, mas também os trabalhadores.
Começou também um processo de implementação de cultura co. Isso significa que você deve aprender a trabalhar em rede, de forma autônoma e também, que nem sempre, as relações celetistas são necessárias.
Não cabe mais a discussão se deve ter reforma trabalhista ou não. É matemático. Não vai ter gente o suficiente para trabalhar e gerar riqueza para todo mundo, pois a população do Brasil está envelhecendo.
Já passou da hora das empresas entenderem a realidade do Brasil, dos empresários brasileiros, que é o pequeno e médio empreendedor. As regras de compliance que são adaptadas e implementadas para fora do país, às vezes não funcionam aqui, pois temos uma cultura diferente.
Também fica uma chamada para o RH: a cada dia que passa, a tecnologia avança muito rápido e, claro, o conhecimento é importante, mas a capacidade de adaptação é fundamental. Precisamos mapear e entender quais são as novas tendências, aprender e transformá-las para a realidade. Isso tem que fazer parte do dia a dia dos empresário e de profissionais de qualquer segmento.
Porque é muito fácil, com esse caos do mundo, a gente sentar no sofá, ficar confortável e culpar todos. E o pior: achar que quando você voltar, vai estar tudo normal. NÃO VAI.
Mesmo que você esteja empregado. Sabe por quê? Porque as empresas estão com as contratações congeladas, mas as metas ainda estão lá. Não sabemos qual vai ser o mercado de trabalho dos nossos filhos, por exemplo. Vamos ter acompanhar todas essas mudanças e o mais forte é aquele que consegue se adaptar mais rápido.
Então, anota aí: entenda as suas próprias habilidades, o que você tem de positivo e o que precisa desenvolver. Se você entra em uma zona de conforto e, para piorar, encontra pessoas que corroboram para esse momento de não produtividade, aí que, realmente, talvez não tenha espaço para você nas próximas oportunidades do mercado de trabalho. E eu não estou falando isso para ser pessimista.
Muito pelo contrário…
Eu sei que é muito difícil superar isso quando se acha que está tudo no fundo do poço. Mas pense bem: podem até jogar uma corda, mas ela nunca vai chegar lá no fundo se você não levantar, esticar o braço e usar a força para puxar.
Se liga, hein?! O principal inimigo neste momento é você. Pare, pegue um tempo para si, organize as ideias e entenda o que você tem de habilidades. É hora de repensar, pois daqui a pouco, essa estrutura que a gente tem, não vai existir mais.
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Juliana Guimarães é paulistana de coração e brasiliense de carteirinha, participou ativamente do processo de aceleração do movimento empreendedor no nosso quadradinho. Especialista em transformar ideias em negócios viáveis, é co-fundadora do 55Lab.co, o qual nasceu como 4Legal, o primeiro coworking de Brasília, responsável pela tração do ecossistema empreendedor na região.
Além disso, contribui para o artigo: Suênia Dantas.
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